Gira de Segunda (Mãe Lilian)

Na segunda-feira, o terreiro vibrou intensamente na gira! A abertura foi marcada pelo axé dos caboclos, que trouxeram energias de renovação. A cada passe, parecia que os caboclos conversavam de alma para alma. Após, a gira seguiu com a presença dos caboclos de Oxóssi, um momento de conexão com o conhecimento ancestral, reforçado pelos Pretos Velhos e os Erês que estiveram em terra para o bate-folhas. Esse trabalho trouxe uma energia de leveza, criando uma atmosfera de acolhimento. Cada folha, cada aroma e cada toque continham o poder do recomeço, como se o próprio terreiro fosse um imenso jardim de força e cura. Na segunda parte da gira, após as consultas, Seu Sete Pedreiras assumiu, intensificando o trabalho e cruzando todas as guias de Xangô dos médiuns com uma firmeza impressionante. Os Otás, pedras sagradas colhidas nos rios e cruzadas na força de Xangô, completavam o ritual. Cada médium, ao receber sua pedra, sabia que possuía ali um ponto de força, um elemento de ligação direta com Xangô, podendo acender uma vela sobre ela sempre que necessitasse de sua proteção e firmeza. Kaô Kabecilê!

Gira de Terça-Feira (Pai Gustavo)

Pai Gustavo esteve afastado por motivos médicos, então focamos nossas intenções e vibração de cura e restabelecimento de sua saúde. Mãe Cristina iniciou os trabalhos da noite com uma bela reflexão sobre a força, ação e atuação dos Boiadeiros na Umbanda. O foco maior da reflexão foi nos movimentos e força que essa linha tem. Movimento sim, e não só do laço que recolhe os bois, que os traz de volta para o caminho quando se desgarra. Movimento de acompanhar o nascer do sol e fazer do seu dia o proveito. O movimento do respeito da natureza por onde passam. Movimento de colocar nas mãos do divino aquilo que não se pode controlar e fazer a sua parte que cabe. Assim é como se deve viver e agir, fazer o que nos cabe. Terminando a reflexão, a corrente celebrou o fato de terem conseguido adquirir uma boa quantidade de cebolas para o projeto da Marmita Solidária. Os trabalhos continuaram com força e vigor, toda a assistência foi atendida, juntamente com os pets e seus tutores. Na segunda parte, o Boiadeiro João do Laço conduziu os trabalhos e as consultas aconteceram de forma suave e tranquila. Ao final, todos foram convidados para a oração e encerramento da gira.

Gira de Terça-Feira (Corrente Ilha do Mel)

Já na Ilha do Mel, a gira iniciou com a seguinte reflexão: Quais são suas metas? O que você pode fazer para realizá-las? Já agradeceu por tudo o que conquistou? E o que vai conquistar se houver determinação, resiliência e disciplina? Durante a reflexão, a corrente relembrou todas as conquistas e metas que todos anseiam, lembrando da força e coragem de Ogum que motiva a cada dia!

A primeira parte da gira foi conduzida por Seu Sete Flechas, que em cada gira ensina a sempre valorizar a arte do movimento, e também valorizar todo o passo da caminhada, incentivando os filhos da casa com sua força, amor e sabedoria a seguir seus sonhos, trilhar o caminho do bem e saber que a maior conquista é a paz de espírito e o amor que nasce no coração. Foram chamados os caboclos para a abertura do passe, unindo a força de Ogum, Oxóssi e Xangô. O passe de cura foi realizado pelos caboclos, curumins e a leveza de Oxum. Os trabalhos foram encerrados da primeira parte com a energia de Iansã, que também ampara, guia o filho perdido para o caminho certo com toda a sua devoção. Na sequência, foi iniciada a segunda parte da gira, com os caboclos de Ogum guiando o trabalho. As consultas foram realizadas e foi chamada a força de Xangô antes do encerramento. Os trabalhos foram realizados e terminamos com a benção final entre todos os filhos da casa. Salve todos os soldados de bem que labutam nesta casa em nome de Zambi! — como diz Seu Curumataí.

Gira de Quarta-Feira (Mãe Luane)

Mãe Luane abriu a gira refletindo sobre a importância de se estar equilibrado, com a mente serena para captar a energia da gira. Aprender a se equilibrar passa por aprender a olhar para os problemas e as alegrias. Dependendo do quanto se valoriza uma única flor, pode-se balancear seu peso com o de diversas pedras-problemas. Os trabalhos foram iniciados com a chegada do Seu Caboclo do Mar, acompanhado dos Caboclos de Ogum para a vibração das sete linhas. Depois, a força das águas salgadas de Iemanjá completaram a limpeza. As cirurgias espirituais foram realizadas pelo Povo do Fogo, Oxum e Erês. Na segunda parte da gira, Vó Ana falou sobre a passagem daqueles que amamos e a saudade - a morte. Em ensinamentos, explicou que mesmo com a distância física, a presença destes espíritos vive naquilo que fazemos e mantemos no mundo através de quem somos. Por isso, mesmo compreensível, a dor pela morte não tem razão de ser ou se transformar sempre em sofrimento. Nanã veio ao terreiro para aliviar a dor que a partida deixa nos corações dos encarnados. Após, os consulentes foram atendidos numa linda gira de Pretos Velhos.

Gira de Quinta-Feira (Mãe Lilian)

No primeiro momento, o terreiro dedicou-se às cirurgias espirituais, na qual os guias trabalharam com precisão e cuidado, limpando e restaurando as energias de quem precisava de auxílio. Assim que as cirurgias foram concluídas, foi a vez de Iansã, que desceu em sua plena força para realizar uma poderosa limpeza no terreiro e nos médiuns - Iansã, a senhora dos ventos, das tempestades e das batalhas, aquela que dissipa as energias estagnadas e abre caminho para o novo. Na segunda parte, o terreiro recebeu a forte presença de Maria Padilha das Almas. A mesa estava cuidadosamente preparada, enfeitada com bombons, morangos e vinho, um verdadeiro altar de devoção. Quando chegou, seu encanto era magnífico: dançante, carismática e cheia de magnetismo, ela envolveu a todos com seu charme. Trazia em seus movimentos e em seu olhar uma força que mesclava mistério e proteção, cada passo era um convite para confiar na sua energia poderosa. Em seguida, ela chamou em terra Exu Pimenta, seu companheiro, e juntos começaram a guiar o trabalho dos Exus da noite. Cada entidade foi chamada para atuar nos atendimentos, orientando e fortalecendo quem buscava ajuda. E os demais Exus deram continuidade no trabalho de coroação, tendo uma conversa direta com Maria Padilha das Almas.

Gira de Sábado (Mãe Luane)

As emoções estavam ainda mais intensas, pois era dia 2 de novembro, Dia dos Finados, um dia dedicado a homenagear os entes queridos. Logo no momento de reflexão, Mãe Luane falou sobre a importância de viver com alegria e, por mais que a saudade esteja presente, ela deve ser sentida e não vivida. Os trabalhos da tarde começaram com a força do Caboclo do Mar e seu escudeiro 7 Estrelas. O passe e a ferradura de cura foram realizados na força dos caboclos de Oxóssi e Jurema. Ao final da primeira parte, Ogum de Ronda se fez presente, auxiliando na força e energia do trabalho. No segundo momento, uma cruz foi feita no centro do terreiro para homenagear aqueles que não estão entre nós. Com a presença dos Pretos Velhos e Marinheiros, a emoção tomou conta de todos. E com a força dos Baianos, a noite foi encerrada com alegria.