Gira de Segunda (Mãe Lilian)

Na última segunda-feira, tivemos mais uma gira com muita energia e amor! Com a força dos caboclos e caboclas no bate-folhas, em atendimento a todos que vieram para o tratamento da ansiedade e depressão. Sob o condução de Pai Luiz de Oxóssi e Pai Alex de Xangô, os trabalhos foram iniciados com uma singela reflexão em que transmitiram a mensagem de Mãe Lilian de Iemanjá — que enviou seu axé, com muita saudade das giras e agradecendo o empenho de todos nos trabalhos enquanto ela conclui o esperado livro sobre o Sacerdócio. Após os recados, Pai Luiz chamou a todos para uma reflexão sobre um texto ditado por Seu Curumatai: “Os cocos que nos alimentam" (www.vobenta.com/textos-em-contexto), citado recentemente por Mãe Luane de Iemanjá no canal de avisos do terreiro. Orientou sobre a importância de todas as formas de colaboração,  iniciando pelas obrigações sociais como as mensalidades e todos as demais formas de contribuição esporádica, bem como as rifas — que são disponibilizadas periodicamente e podem ser utilizadas para quitar mensalidades em atraso ou mesmo adiantá-las. 

E foi além: explicou que o voluntariado também é um trabalho de amor e aprendizados pois suprem as necessidades de diversas pessoas que necessitam e até subsistem com os projetos — como Marmita e Xepa Solidária. Pediu que todos lessem e relessem esse texto para compreender a importância de se fazer parte de uma verdadeira corrente de amor e muito axé. Convidou a assistência para que também lesse o texto e também os outros que estão disponíveis no site do terreiro. Chamou então o brado de Ogum, que ecoou pelo terreiro para o início do ritual e dos trabalhos mediúnicos da noite.

Seu Guaracy conduziu os trabalhos do bate-folhas na força dos caboclos e caboclas da Jurema. 

Para a benção das velas chamou a presença de Vó Catarina, que juntamente com os pretos velhos, trabalhou para deixar o axé da cura e proteção para todos que ali estavam sendo atendidos. Finalizou os trabalhos invocando a força da senhora das almas e dos ventos, mamãe Iansã. 

Na segunda parte da gira, Vó Maria Conga e Pai Joaquim firmaram os trabalhos e conduziram os pretos velhos que trabalham no atendimento para um trabalho de encaminhamento com as Almas Benditas. Com o apoio e entrega de toda corrente mediúnica aos trabalhos, foi possível realizar muitos encaminhamentos para aqueles espíritos que ali estavam pedindo ajuda e acolhimento. Logo depois, iniciaram os atendimentos dos consulentes.

Por fim, Pai Joaquim emanou uma benção a todos os filhos e assistência, e finalizaram o trabalho. Adorei as almas 🕯️

Gira de Terça-Feira (Pai Gustavo)

Na última terça, corrente, pets e assistência foram acolhidos com a força dos Exús e Pomba Giras. Antes, ainda na primeira parte, S. Ubirajara veio em terra na companhia de S. Girassol e S. Guaracy. Caboclos de Ogum e Oxóssi vieram para a vibração das sete linhas. As forças de Iemanjá e Iansã também estiveram presentes para a limpeza energética dos assistidos. No momento da cura, pretos velhos, erês e curumins vieram para conduzir os trabalhos.

Após o intervalo, sempre direto e prático, S. Sete Encruzilhadas conduziu a segunda parte da gira. Exus e pombas giras acolheram os consulentes nos atendimentos da noite. Ao fim da gira, Pai Gustavo reuniu os filhos da corrente para dizer, inspirado no novo livro de Mãe Lilian, o que significa o sacerdócio e a Umbanda para ele. Contou brevemente, para não revelar muito sobre sua contribuição para o livro, como cada um é importante para que a gira aconteça. 

Também destacou a importância do que fazemos além da gira. Não basta apenas ter mediunidade aflorada ou talento para o canto e toque dos atabaques. É preciso buscar mais que isso ao frequentar o terreiro. Além dos trabalhos espirituais, a presença nos projetos sociais soma-se em nosso caminhar e em nossa evolução — nos ajudando a conhecer mais o outro enquanto aprendemos sobre nós mesmos. Saravá! 🌿

Gira de Quarta-Feira (Mãe Luane)

Na última quarta-feira, a gira foi conduzida pelo Pai Raphael e Pai Amilton. Durante a reflexão, os pais abordaram um tema um tanto quanto relativo: a alegria! Esta que pode ser um estado instantâneo ou duradouro, ainda que você possa alimentar, nutrir e manter este sentimento. Quando estamos alegres, tudo flui de maneira tranquila, as atividades corriqueiras ficam mais fáceis e até os problemas são encarados de forma mais amena. Pai Amilton pontuou sobre uma frase do pensador e escritor brasileiro Edel Alexandre Pontes que lhe marcou: "Felicidade plena só é possível quando existe gratidão!". E de fato, quando se entende o momento em que se vive, ou que se cultiva, é de sua responsabilidade semear, cultivar e multiplicar.

Com S. Tucumã em terra, a energia dos caboclos foi firmada. A assistência foi acolhida através do passe e descarrego, finalizando na com a força de Iemanjá. O atendimento de maca, realizado em três rodadas, reforçou a energia de erês e iabas, proporcionando leveza e limpeza ao final dos atendimentos. Para completar a primeira parte, a força de Iansã se fez presente transmutando e levando toda a energia adversa que ainda poderia ter restado. Ao segundo momento, uma grande gira de caboclos! S. Noriguá e S. Guará reforçaram o sentido de plantar e colher, de aprender com os erros, com os percalços de forma leve, semeando sempre o resultado que espera.

E para fechar os aprendizados do mês, a filha da corrente de S. Caboclo do Mar, Aryane de Iansã, fez uma reflexão sobre a força de Ogum — orixá celebrado em abril, sincretizado com a força de São Jorge Guerreiro!

Gira de Quinta-Feira (Mãe Lilian)

A gira dessa semana iniciou com a reflexão da Mãe Lilian de Iemanjá a respeito do sacerdócio, temática referente ao livro que ela escreveu e que está em processo de finalização. Nos falou sobre a importância dessa caminhada ser pautada no amor, ainda que seja um processo de muita abnegação e entrega. Muitas vezes a vida pessoal é colocada de lado para atender todas as necessidades que essa escolha carrega consigo.

 “Ser sacerdote é além de um cargo ou coroa, se existe amor verdadeiro pela causa e propósito, a caminhada é abastecida pelo sorriso, pela cura e pela evolução dos outros”. Aproveitou da romantização que muitos fazem do sacerdócio para conduzir a uma reflexão pessoal – o quanto nos dedicamos verdadeiramente para construirmos a nossa melhor versão, sem nos projetarmos nos outros. Convidou a todos a exercitarem durante a semana a percepção do tempo empregado ao cuidado daquilo que não é sobre a nossa vida. 

Após essa fala, os rituais iniciais da gira aconteceram. Defumação, vibração e chegada do S. Curumataí. A força determinante de Ogum se fez presente já no início dos trabalhos. A casa contava com uma assistência numerosa e foram atendidas quarenta pessoas nas cirurgias espirituais. Após o intervalo a energia dos baianos se fez presente. S. Galo Preto chegou em terra convocando a força dos exus para comporem os atendimentos da noite. Nesta noite trinta e cinco pessoas que procuraram a nossa casa de reza tiveram atendimento. Antes de finalizar os trabalhos, alguns ensinamentos importantes foram repassados. De olhos fechados e coração aberto, S. Galo Preto convidou a todos a imaginarem como conduziriam suas vidas se soubessem que aquele era o último dia de suas existências. Na sequência ampliou esse pensamento para que imaginássemos ser a última semana, o último mês e o último ano. 

Construiu com esse pensamento a percepção de aproveitarmos o instante presente, vivendo intensamente o agora sem arrependimentos ou perda de tempo. Nos fez pensar o quanto buscar apenas as riquezas do mundo podem nos deixar ocos, sem a possibilidade de uma realização pessoal genuína. Com a força e direcionamento dos Exús em terra, a última reflexão da noite foi um convite a transformar a nossa existência em uma experiência única. “Viva, faça, seja”, sem esperar do outro, sem arrependimentos e com alegria plena. Saravá S. Galo Preto. Laroyê Exús! ❤️‍🔥

Gira de Sexta-Feira (Mãe Luana)

Mãe Luana iniciou a gira com sua reflexão lembrando que cada pessoa tem a capacidade, inteligência e discernimento para olhar para si e reconhecer sentimentos e comportamentos que já não cabem mais.

S. Serra Negra chegou em terra para conduzir os trabalhos e dar início à vibração com passes dos caboclos de Xangô. Logo após, no momento de cura, S. Serra Negra chamou os caboclos de Oxóssi: S. Jupiá e Sete Flechas. Ele explica que Jupiá, com seu cajado, toca o chão para equilibrar a energia do ambiente e de todos os presentes, abrindo caminho para que o trabalho dos caboclos chegue em cada pessoa. A flecha de Sete Flechas é certeira e direcionada ao ponto da cura que cada um busca.

S. Serra Negra reforçou a força de Oxóssi como uma energia que nos permite abrir o coração para receber a cura, seja ela física ou emocional. Os instrumentos trazidos pelos caboclos são o cajado e a flecha, mas quem dá o direcionamento somos nós.

Na segunda parte, os marinheiros tomaram o leme e realizaram as consultas da noite, acolhendo cada consulente com sabedoria e leveza e orientando cada um a navegar dentro de si 🚣🏾🌊

Gira de Sábado (Mãe Luane)

A Umbanda é maravilhosa no terreiro, mas é no cotidiano que ela precisa se fazer ainda mais presente. É com esse pensamento que Mãe Luane de Iemanjá inicia a reflexão que antecede a gira de sábado. Ela compartilhou um comentário feito em uma das postagens do Instagram do Terreiro Vovó Benta, onde se questionava a presença de imagens em nosso congá.

Nosso altar abriga representações de santos que expressam o sincretismo entre a Umbanda e o Catolicismo — um reflexo da complexa história do Brasil, marcada por racismo e estratégias de resistência religiosa. A partir disso, a reflexão se aprofunda sobre como o sincretismo pode ser útil, sobretudo ao facilitar um primeiro contato com os fundamentos da religião.

Seguindo o raciocínio do comentário, a discussão se amplia para um ponto essencial: muitas vezes nos apegamos à forma, esquecendo de olhar para a verdadeira intenção da mensagem espiritual. As mensagens e ensinamentos devem ser mais importantes do que demais detalhes visuais.

A noite seguiu com uma gira bela e potente, marcada pelos passes dos caboclos e, na segunda parte, pela sempre encantadora presença dos pretos-velhos ☕