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Revista Digital

Edição #

36

2 de mai. de 2025
à
9 de mai. de 2025

Onde está a sua força? Como você a alimenta? Nas religiões de matriz africana, acredita-se na potência dos elementais como alimento da nossa espiritualidade, da nossa força interior e do sagrado que reverenciamos. A ancestralidade africana nos ensina isso por um ditado: Kò sí ewé, kò sí Òrìṣà! — Sem folha, não há Orixá. Para nós, os elementos nos conectam com a natureza, com as raízes que abraçam nosso mundo. A junção de alguns deles em sua forma simples já é base de uma oração. Um copo com água; uma vela que sustenta o fogo, alimentado pelo ar; um galinho de erva que já recebeu as energias necessárias da terra; e o principal: sua intenção e amor nos pensamentos. 


Vó Benta nos ensina que o momento de passar aquele cafézinho logo cedo também se constitui em sustento de uma prece. O fogo, alimentado pelo ar, que aquece a água e que logo se misturará ao café moído. Elementais, que juntos, despertam nosso sagrado, nos acolhe em sua força e nos lembram — mesmo em meio à cidade, ao urbano, à tecnologia que nos cerca — que também somos natureza viva. Em canto sagrado, essa conexão é traduzida: Terra, meu corpo. Água, meu sangue. Ar, meu sopro. E fogo, meu espírito.


Na nova edição da Revista Digital do Terreiro de Umbanda Vovó Benta, você confere a presença do elementais e os ensinamentos nas giras da semana. Também fica sabendo de tudo que rolou nos projetos sociais, esportivos, culturais e terapêuticos da Casa da Vó — além de conhecer o projeto fresquinho que acaba de ser iniciado pela Mãe Lilian de Iemanjá, dirigente geral do TVB. E ainda tem uma nova indicação de leitura na Biblioteca do Pai José. Separe alguns minutinhos é uma boa leitura! 👵🏾🩵


Giras

Gira de Segunda (Mãe Lilian)

Após duas semanas de ausência nas giras de segunda-feira, Mãe Lilian e Pai Wilhiam retornaram do retiro espiritual dedicado à escrita do segundo livro da Mãe Lilian, intitulado "O Sacerdócio". A saudade dos dirigentes e da corrente foi perceptível nos sorrisos, nos olhos marejados e na alegria contagiante que marcou a primeira parte da gira.


Na abertura, a reflexão conduzida por Mãe Lilian abordou o tema da escolha pelo sofrimento. Ela destacou que, embora a dor, seja física, emocional, psicológica ou da alma, possa ser inevitável, o sofrimento é, muitas vezes, uma escolha consciente. Com palavras firmes e acolhedoras, convidou a todos a repensarem seus processos internos e a assumirem a responsabilidade sobre aquilo que decidem cultivar no coração.


A gira seguiu com a potente força de Seu Curumataí e demais caboclos, sustentando um bate-folhas vigoroso, com três balaios repletos, que elevou a energia da casa e transportou nossas intenções para o coração da mata. 

Confira o relato completo de Mãe Lilian ⚔️


Gira de Terça-Feira (Pai Gustavo)

S. Ubirajara nos ensinou sobre o poder das matas também para a linha da esquerda. Ainda na primeira parte, após saudarmos S. Tata Caveira, chamou os Exus que trabalham com a força das matas — linha muitas vezes desconhecida pelos médiuns, por acharem que esses espíritos trabalham apenas em encruzilhadas, cemitério ou na calunga maior (com a força da imensidão do mar).


Antes, Vó Benedita e S. Guarací também chegaram para conduzir os trabalhos. Na vibração das Sete Linhas, as forças de Oxossi, dos Tamoios, de Iemanjá e de Iansã também trabalharam no acolhimento e descarrego energético dos assistidos. Curumins e Erês trouxeram alegria, doçura e limpeza daquilo que não nos acrescenta.


Na segunda parte, justiça e equilíbrio de Xangô marcaram a gira de Caboclos — espíritos que nos ensinam a ter força, disposição, sagacidade, sabedoria e firmeza ao enfrentar obstáculos e lutar por nossos objetivos. Saudamos a força de S. Sete Pedreiras e, na sequência, S. Corisco de Ouro chegou para conduzir os atendimentos da noite aos consulentes, junto de outros caboclos de Xangô. Salve a força das pedreiras! ⛰️



Gira de Quarta-Feira (Mãe Luane)

A gira de quarta-feira dessa semana foi conduzida pela Mãe Luane de Iemanjá com o auxílio do Pai Amilton de Oxóssi. Eu uma rápida e pontual reflexão, Mãe Luane convidou todos a pensarmos em uma pessoa muito amada por nós e imaginarmos que em outras vidas esse mesmo espírito teria sido alguém não evoluído e maldoso. Será que o nosso amor e gratidão continuariam os mesmos? Muitas vezes, sem uma reflexão mais profunda, diríamos que sim. O que levaria a outras pessoas a questionarem a nossa resposta.


Foi partindo dessa questão que ela abordou o julgamento excessivo que temos dos outros e que devemos nos policiar constantemente. Os caminhos percorridos por nossos antepassados estão diretamente relacionados com o tempo e espaço por eles vividos. Não devemos julgar, questionar e muito menos menosprezar os aprendizados obtidos por esses espíritos. O grande e Divino exercício dessa nossa proposta encarnatória é agradecer o privilégio de fazermos parte dessa história, de reconhecermos na ancestralidade os vínculos propostos por Deus.


Após o ritual inicial S. Caboclo do Mar chegou em terra, trazendo a força determinante de Ogum para a realização dos atendimentos.

Confira o relato completo da gira de Mãe Luane



Gira de Quinta-Feira (Mãe Lilian) – por Pai Amilton de Oxóssi 🍃

Quantas formas de dizer EU TE AMO existem? A reflexão inicial da gira de quinta-feira iniciou com esse questionamento. Para os trabalhos da noite, Mãe Lilian de Iemanjá orientou que todos levassem um agrado para os pretos e pretas velhas que nos acompanham. Esse ato representa uma forma amorosa de nos aproximar e agradecer a esse ser Bendito que nos acompanha. 


Ervas, flores e terços foram itens levados pelos filhos da corrente. Maneiras significativas de demonstrar o amor que possuímos por esses espíritos. Com a proximidade de uma data comemorativa importante, veio o convite para pensar em um amor maior, o amor de mãe. Ainda que algumas pessoas possam não ter mais a presença física de suas genitoras, a essência desse amor nos acompanha por toda essa existência. 


A relação desse amor é ímpar, existindo diferenças na intensidade e afinidade para cada filho, mas sempre sendo amor. É um sentimento que nunca deve ser comparado exatamente pela sua grandiosidade, deve ser sentido e vivido. As maneiras de manifestar e declarar o nosso amor nem sempre estão em palavras. Que possamos amar as pessoas realmente convivendo com elas. “Nenhum de nós fica para semente, mas todos nós seremos sementes no coração daqueles que amamos verdadeiramente.” O verbo AMAR deve ser conjugado vinte quatro horas por dia e muitas vezes, de maneira silenciosa finalizou Mãe Lilian. Iniciou-se então a ritualística necessária para o início dos trabalhos.

Confira o relato completo de Pai Amilton abaixo.



Gira de Sexta-Feira (Mãe Luana)

“Enquanto a lua brilhar, enquanto o sol nascer, enquanto o vento soprar, Jupiá sai da macaia pra nos proteger.” Mãe Luana usa a mensagem desse ponto para nos recordar do compromisso que precisamos assumir em nossa caminhada. Sob o comando de S. Serra Negra, a gira foi marcada pelas forças de Xangô, Iemanjá, Oxóssi, Ogum do Oriente, Erê, Oxum e Iansã. Cada uma dessas presenças trouxe consigo uma energia única: justiça através do autoconhecimento, acolhimento, sabedoria, coragem, leveza, autocuidado e transmutação.


E foi nessa vibração que Vó Chica chegou em terra na segunda parte. Recebida com carinho por toda a corrente, ela trouxe sua sabedoria e também nos pediu que a ensinássemos algo. Assim, nasceu junto com a corrente uma partilha sobre o tempo de florescer e sobre a importância de reconhecer em cada pétala que se abre, uma superação, amadurecimento e vitória. Mas também de olhar para o que está debaixo da terra: as raízes.


Porque florescer sem saber quem se é, sem conhecer de onde se vem, pode nos cegar para a beleza do que realmente somos. Só assim, quando for o nosso tempo de florescer, vamos reconhecer em nós a beleza que foi cultivada 🌻


Gira de Sábado (Mãe Luane)

Mãe Luane nos convida a olhar para os processos com mais leveza, mesmo diante das dificuldades. Ela comentou sobre a corrida que se propôs a realizar, porém deu quase tudo errado, estacionamento, horário, organização do percurso e muitas outras "dificuldades". 


Ela nos lembrou que cada etapa, por mais desafiadora que seja, carrega aprendizados que nos moldam e fortalecem e que você pode aproveitar cada processo, basta escolher a forma de encarar. Focar no caminho, com fé e coragem, é reconhecer que o crescimento não está apenas no destino, mas em cada passo com o coração aberto. 


Com S. Caboclo do Mar em terra e a força de Ogum e Oxóssi já estabelecidas, ele e S. Cobra Coral realizaram o passe na assistência, seguido do momento de ferradura de cura. Ao segundo momento, na força da esquerda, força dos Exus, S. Maré e os exus atenderam a nossa assistência com o carinho e a sempre franqueza presente nos guardiões. Para finalizar, foi realizado a limpeza com as pomba-giras e exus mirim 🔱



Projetos esportivos

Dança do ventre

No encontro da semana, nossas alunas estudaram deslocamentos nos ritmos quaternarios. Fizeram movimentos cadenciados explorando diferentes direções e unindo dois ou mais passos. No ensaio, o desafio foi dançar uma coreografia dinâmica com os snujs e aprender uma nova sequência com o bastão 💃🏾


Dança cigana

Na última segunda, as alunas da Dança Cigana trabalharam a Rumba Flamenca, com movimentos de mãos, postura no deslocamentos e entendendo a melodia dos instrumentos que conversam com o corpo! Encantos e floreios firmes nos ensaios ✨


Capoeira infantil


Capoeira adulto


Projetos terapêuticos

Terapias integrativas

Uma nova semana de atendimentos no Espaço Terapêutico Pai José! Na terça-feira, a equipe Lavanda reuniu 14 terapeutas voluntários para atender presencialmente 31 assistidos; outras 2 pessoas foram beneficiadas pela energia Reiki via atendimento à distância.



Projetos sociais

Xepa e Feira Solidária

Você sabia que a Xepa e a Feira Solidária são projetos que caminham juntos? Um não existe sem o outro. É a coleta com nossos feirantes parceiros que garante alimentos de alto valor nutricional para nossa comunidade! No último fim de semana de trabalho, nossos 15 voluntários se distribuíram entre coleta, separação e entrega dos alimentos que são entregues (em sua maioria) para as famílias que participam toda semana fazendo sua feira nos pontos de distribuição 🍆


Total Coleta Xepa Solidária - 286,10kg, sendo:

🥬Destinado à Feira Solidária: 341,90kg

🍽️ Destinado à cozinha: 8,70kg

♻️Destinado à compostagem: 68,80kg



Marmita Solidária

A Cozinha da Vó não para! Sempre com muito carinho, nossos voluntários preparam refeições ricas em amor e nutrientes para alimentarem o corpo e o espírito de todos aqueles que precisam. Venha ser um voluntário do projeto! Seja na preparação, empratamento ou entrega, sua ajuda é mais do que bem-vinda. Procure a Secretaria TVB e saiba mais como participar 🍽️





Projetos culturais

Crochêterapia - em um relato de Mãe Lilian de Iemanjá

Primeiro Encontro da Crochêterapia TVB! Um fio que nos une, um afeto que nos acolhe


Na última terça, das 15h às 18h, o salão do Terreiro Vovó Benta se transformou em um ninho de afeto e encantamento. Com agulhas nas mãos e corações entrelaçados, realizamos o primeiro encontro da Crochêterapia, um momento que foi além da técnica: foi cura, riso e reencontro consigo mesma. As vagas estavam esgotadas – e os lugares, preenchidos por sorrisos sinceros, olhares curiosos e mãos ansiosas por dar seus primeiros pontos. Para quem não conseguiu se inscrever dessa vez, já abrimos uma lista de espera para possíveis desistências e para a formação de uma nova turma, porque quando o amor transborda, ele pede espaço para crescer.


Logo no início, nos apresentamos... mas não de forma qualquer! Brincamos, rimos, contamos causos e demos boas gargalhadas. Para quem ainda não sabia crochetar, os primeiros pontos nasceram ali mesmo, com a delicadeza de quem aprende sem pressa, só com presença. Foi lindo ver linhas se transformando em laços – não só no tecido, mas entre nós. Mas é só até aqui que podemos contar. Porque, como dizemos por aqui: "O que se conversa na Crochêterapia, fica na Crochêterapia."


E que delícia foi o nosso café da tarde compartilhado! Um banquete de carinho feito a muitas mãos. Cada prato parecia contar uma história de cuidado e sabor. Era bolo, pão, patê, café... tudo com gosto de casa, de memória boa e de encontro feliz. Saímos de lá com os corações quentinhos, contando os dias para a próxima terça-feira chegar. Porque agora, além de fios e agulhas, somos uma roda – daquelas que curam, que fortalecem, que sustentam.


E assim seguimos, bordando o afeto ponto a ponto 🧵🧶💗🙏🏻



Projeto X

O projeto X teve um encontro especial no último sábado, com a participação dos pais presentes. Em algumas ocasiões a família participa do encontro em função das temáticas. Neste encontro abordamos a energia do Orixá Nanã, e avaliamos a sua força para a vida. Com isso, também foi abordada a força da maternidade e a relação dos filhos com a mãe 💡


Biblioteca Pai José

Toda semana, uma sugestão de livro para você. Nesta semana, a indicação é da Vitória Serra, filha da corrente de segunda-feira: a obra Morada do Sol, de Gabriel L. Leopoldino. Baseada na cultura indígena e nas filosofias umbandista e xamânica, esta obra traz valiosos ensinamentos sobre a jornada evolutiva do ser e sobre as consequências de cada uma de suas ações. Assim que as gêmeas Ticê e Jandira se tornam moças, começam a receber a doutrina dos espíritos da natureza por meio de sua madrinha, Jaciara, que lhes ensina a manipular os elementos e as magias da floresta. Porém, guiada pelo egoísmo e pela sede de poder, Ticê decide percorrer seu próprio caminho ao lado do amante, Xandoré. As duas, então, se tornam a personificação da batalha entre Luz e Trevas, disputando o poder e o amor de suas tribos. Neste momento, os encantados precisam intervir, guiando-as e ajudando-as em suas caminhadas.


Confira também as leituras disponíveis em nosso site. E que tal indicar um título para a próxima edição da Revista Digital TVB? Clique no botão abaixo e sugira a próxima leitura! 🦉




Publicado em:

10 de maio de 2025

Horário das giras:

Segunda a Sexta - 19h às 23h

Sábados - 17h às 21h

Nossa raiz é forte. Nossa fé é antiga. Nosso amor é infinito.

© 2024 by Instituição Religiosa de Umbanda Vovó Benta

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