Revista Digital
Edição #
43
20 de jun. de 2025
à
26 de jun. de 2025
Na nova edição da Revista Digital do Terreiro de Umbanda Vovó Benta, um ensinamento especial logo no início! Nesta semana, Mãe Lilian de Iemanjá, dirigente do TVB, nos conta sobre as gotas de sabedoria que Vó Benta tem ensinado. Cada conselho apresentado com carinho e generosidade faz parte de mais uma jornada de conhecimento em nossa caminhada mediúnica — formando uma espécie de mosaico, que logo estará completo com as “gotas de sabedoria” compartilhadas por esse espírito tão amado!
Ainda nesta edição, a presença de outros tantos espíritos amados nas giras da semana. Mesmo com o frio, o movimento se fez presente para acolher a assistência e aquecer corações. Nos projetos, os encantos e a beleza dos novos ensaios de dança, uma mistura boa que embalou a capoeira, além de novas colheitas na Xepa Solidária para alimentar o corpo e a alma de todos que precisam. Você ainda confere novidades no projeto Leia+ e dica pra lá de especial na Biblioteca do Pai José! Separe uns minutinhos para saber de tudo que aconteceu na última semana e boa leitura ✨👵🏾🩵
As 7 Gotas de Sabedoria de Vó Benta - por mãe Lilian de Iemanjá
A Vó Benta iniciou recentemente, no terreiro, um profundo processo de cura interna para todos nós. Por meio de suas 7 gotas de sabedoria, ela nos presenteou com reflexões transformadoras, capazes de libertar corações e mentes de dogmas, traumas e conflitos que, muitas vezes, nos aprisionam sem que percebamos.
As quatro primeiras gotas já foram entregues ao longo das últimas giras, arrancando lágrimas de emoção e convidando cada um de nós a repensar escolhas, posturas e valores. Essas gotas representam, na visão de Vó Benta e dos demais Pretos Velhos, Caboclos e Exús, um preparo essencial para que possamos alcançar o equilíbrio mental, físico e espiritual necessário ao nosso caminhar mediúnico.
Quais foram as gotas já recebidas?
- A primeira nos ensinou a não ter pressa na busca por riquezas, lembrando que a vida é para ser vivida e contemplada, e não apenas perseguida com ganância.
- A segunda nos convidou a abraçar a vida e permitir-se amar e ser amado, cultivando a paz com a família, os amigos e, principalmente, consigo mesmo.
- A terceira nos trouxe o valor do silêncio contemplativo, para aquietar a mente em meio aos ruídos do mundo e dar espaço para perceber as dádivas já presentes em nossa jornada, tais como saúde, alimento, abrigo e afeto.
- A quarta, revelada na última gira, falou sobre o tempo: o tempo que não cabe dentro do tempo, que não conversa nem com a pressa, nem com a preguiça. O tempo que se faz presente no agora, a única realidade que nos pertence. Ame hoje, cante hoje, dance hoje, pois o ontem já se foi e o amanhã pode nem chegar.
As próximas gotas ainda serão reveladas, completando este ensinamento que, futuramente, será transformado em livro com a participação de toda a corrente mediúnica do TVB. É um verdadeiro presente coletivo, cujas reflexões nos libertarão para viver com mais alegria, verdade e ascensão.
Amanhã (sábado, 28/06/25) teremos ainda outro momento grandioso: a Imersão em Desenvolvimento Mediúnico. Serão três horas de estudo teórico, baseadas no conteúdo da pós-graduação em Espiritualidade, Carreira e Sentido da Vida, concluída por mim na PUCPR, somadas à prática mediúnica junto aos Pretos Velhos, Caboclos e Exús. Uma oportunidade única de alinhar saberes, fortalecer a fé e afinar nossas correntes de trabalho espiritual.
Que possamos, juntos, colocar nossos caminhos nos eixos e caminhar de forma plena e consciente!
Saravá a Umbanda!
Saravá a Quimbanda!
Que os Pretos Velhos nos abençoem e os Exús nos protejam!
Giras
Gira de Segunda (Mãe Lilian) – Em um relato de Pai Luiz de Oxóssi 🍃
Nesta segunda-feira, um dia frio, com temperaturas em declínio, especialmente com o passar da noite. Havia previsão de frio intenso na madrugada pós-gira. No entanto, a disposição para o trabalho não esfriou, e mesmo com o chão gelado, todos se deitaram para uma reflexão com muito amor e axé.
Para a reflexão, Mãe Lilian pediu que todos aproveitassem para pensar sobre a importância do silêncio. Enquanto ela cantava para as sete linhas, este deveria ser o início da reflexão que marcaria a gira daquele dia.
Após esse momento íntimo, Mãe Lilian convidou todos a uma reflexão conjunta sobre o silêncio.
Desde a infância, somos frequentemente orientados a manter o silêncio em certas situações. Seja em uma brincadeira infantil ou em algum evento em que o silêncio se faz necessário para voltarmos nossa atenção ao que é mais importante naquele momento. O silêncio ao qual a Vó nos chama a atenção é o silêncio da contemplação! É o silêncio que muitas vezes esquecemos de praticar — aquele que nos permite perceber tudo o que nos rodeia, ou até mesmo a nós mesmos: nosso corpo, nossas atitudes, e tudo o que permeia a vida como um todo. O silêncio de perceber o mundo acontecendo e vibrando em nossa existência o tempo todo, e que, muitas vezes, deixamos passar despercebido.
Esse silêncio da contemplação é o que Vó Benta nos traz como a terceira gota de sabedoria. Assim como a primeira gota falou da corrida insana atrás de bens materiais — revelando um passado em que as conquistas materiais eram vistas como única via para a felicidade (casamento idealizado, carros, casas, etc.) —, a contemplação nos ensina a valorizar o viver, as bênçãos do caminho e a beleza do agora.
Pare um momento e perceba-se. Ouça-se. Independentemente de influências familiares ou profissionais, sinta sua verdadeira natureza. Descubra-se em seus barulhos e, principalmente, no seu silêncio. Contemple o que realmente precisa para ser feliz — não o que disseram que você precisa.
A felicidade não pode ser utópica, um objetivo inalcançável e material. Ela não pode depender apenas do que está fora de você. É necessário perceber o que realmente te completa como ser existencial. Cada um pode, dentro de si, descobrir a verdadeira sabedoria e o que de fato traz plenitude.
O silêncio da contemplação é olhar para a própria vida com determinação e clareza, sem dó de si ou falsa modéstia. É reconhecer onde e como você pode melhorar, controlar-se e corrigir com seriedade o que for necessário para o seu aprimoramento enquanto indivíduo e espírito.
Contemplação = Templo + Ação.
É olhar com seriedade para o seu templo — seu corpo, sua vida — e agir respeitando sua natureza, com assertividade e sinceridade. Compreender essa natureza através do silêncio.
Observe-se. Compreenda-se. Olhe o passado como aprendizado. Não se perca no futuro, pois isso só trará ansiedade. Viva o presente, que é o verdadeiro presente da vida!
O silêncio da contemplação é reconhecer o que você pode ser hoje e ser feliz com o agora — sem expectativas irreais sobre o futuro ou peso do passado. É encontrar sentido mesmo nas condições difíceis, com gratidão e aceitação.
Mãe Lilian explicou que, conforme orientação de Vó Benta e Seu Tata, diante das mudanças e da maior abertura a diversos tipos de trabalho no terreiro, haverá três giras de desenvolvimento nos últimos sábados de cada mês, a começar no próximo dia 28. Serão compostas por uma parte teórica com a própria Mãe Lilian e, em seguida, gira de Exu com Seu Tata Caveira. Imperdível!
Encerrada a reflexão e os avisos, iniciou-se o ritual de abertura dos trabalhos, que culminou com a chegada de Seu Curumataí — firme como sempre —, firmando os trabalhos da noite.
Após os passes e a vibração, tivemos o bate-folhas com a força dos caboclos, sob orientação de Seu Ubiratã e Seu Guaracy. Seu Curumataí preparou a todos para a energia de Iansã, a Senhora dos Ventos, e convidou quem da assistência desejasse a sentir sua presença e força. Ele orientou a todos a confiarem em Oyá para a transmutação das energias. O mais importante seria confiar que ELA levaria embora tudo que não fosse necessário, transmutando para o bem de cada um e de toda a família.
Logo após, Seu Curumataí chamou a atenção para a beleza do chão de ervas. Pediu que todos organizassem as folhas, preparando um tapete por onde as noivas entrariam para a cerimônia. Em poucos minutos, todos se mobilizaram, formando um lindo tapete com a participação de todos os filhos. Ele então exaltou a importância da família — seja de sangue ou espiritual. Todos participaram da formação da família de santo, assumindo a responsabilidade e o zelo por cada uma e por toda a coletividade.
Encerradas essas orientações, foi feita a passagem para Oló e finalizada a primeira parte da gira.
Na segunda parte, após os preparativos para o casamento, Mãe Lilian iniciou cantando a saudação com as 21 velas enquanto os padrinhos e madrinhas adentravam a área da gira. Logo após, as noivas — filhas de Ogum e Iemanjá — entraram ao som de “Ogum Beira-Mar”. Em seguida, Vó Benta chegou para realizar a cerimônia, feliz e admirada com a linda arrumação e o tapete de folhas.
Ela saudou nosso Senhor e todos os Orixás, e após cumprimentar as noivas, pediu que se saudasse também a presença de Vó Ana, madrinha do casamento. Ao acender as velas, falou sobre a chama como representação do cuidado com a própria vida. Só assim se pode compartilhar a chama com alguém. Também explicou que há quem se aproxime apenas para admirar e querer tomar para si a chama alheia — por isso, é necessário proteger e fortalecer esse fogo juntos.
As noivas trocaram palavras de carinho e compromisso, emocionando a todos. Vó Benta então pediu a ajuda do Pai Willian, que trouxe o Erê Matheuszinho. Ele, cheio de alegria, levou coroas de flores às noivas, simbolizando o cuidado mútuo. Com as velas das noivas, foram acesas as dos padrinhos, representando proteção e auxílio nas dificuldades.
O vinho foi apresentado como símbolo da bênção divina no matrimônio, acompanhado do pão, simbolizando a essência espiritual e a vida. As noivas brindaram entrelaçadas, abençoadas pelas guias de casamento trocadas entre si, selando a união com um beijo apaixonado.
Vó Benta chamou então todos os Erês, que encheram o terreiro de alegria e bênçãos.
Para dar continuidade aos trabalhos, Vó Benta firmou o campo e chamou Pai Inácio, que se manifestou sem que Pai Willian precisasse ir ao centro. Explicou que os Pretos Velhos viriam para os atendimentos em silêncio, com as mãos no coração e olhos fechados. Todos foram convidados a receber com gratidão e amor, sentindo a presença espiritual.
Ela explicou que serão sete gotas de sabedoria:
A pressa na busca pelo ouro e bens materiais, que nos faz esquecer de viver;
O amor e o abraço, pois não há vida sem amor — seja por uma pessoa, um animal, a natureza ou um irmão de fé;
O silêncio, que nos permite ouvir a nós mesmos e a Deus.
Pai Inácio complementou dizendo que, assim como não se pode carregar três coisas com apenas duas mãos, também não se pode viver o amor se estivermos sobrecarregados. O silêncio ajuda a enfrentar os problemas com serenidade, ao invés de agir com a cabeça quente.
Vó Benta comparou com quem toma café correndo e se queima: perde-se o prazer do momento. O silêncio é também mental. Ouvir a própria respiração é um caminho para colocar mais amor na vida. Nossos erros são aprendizado. Somos filhos perfeitos e amados por Deus.
Essas gotas existem para nos ensinar a viver com menos sofrimento, nutrindo o coração e superando as dores da vida.
Vó Benta determinou que, antes do próximo aniversário de Mãe Lilian, deverá ser escrito um livro sobre as sete gotas — com a ajuda de todos os filhos da casa, e sem pressa.
Pai Inácio reforçou: não basta decorar as sete gotas; é preciso vivê-las com a clareza que só o silêncio pode trazer. O silêncio nos conecta ao coração e à sabedoria necessária para transformar a vida.
Vó Benta então se despediu. Sem canto ou batuque. Pediu apenas uma oração sincera em silêncio, com olhos fechados, para que todas as intenções fossem levadas com eles.
Ela e Pai Inácio foram a Oló, deixando um amor imenso preenchendo o ambiente de forma verdadeiramente emocionante e indescritível.
Saravá a Vó Benta e Pai Inácio. Gratidão pela gira maravilhosa vivida!
Gira de Terça-Feira (Pai Gustavo) - Em um relato de Pai Raphael de Ogum ⚔️
Pai Gustavo iniciou a reflexão da gira chamando a atenção para a importância da força — seja ela qual for. Qual é a força que você precisa na espiritualidade? Na vida, não é diferente. Qual força é necessária para se movimentar? Tudo na vida exige uma força.
Mas o Pai destacou, especialmente, a força da perseverança. Para mudar, para direcionar o caminho, para alcançar onde se deseja chegar — o que é necessário? Quando as coisas se tornam difíceis, e muitas vezes fogem do nosso controle, buscamos justamente essa força: a que nos move à mudança e nos impulsiona a fazer o que é necessário.
Com a força de S. Ubirajara, S. Noriguá e as forças firmadas de S. Guaraci, a energia de Oxóssi se fez presente nos atendimentos dedicados aos queridos pets. Com a limpeza já realizada em nossa assistência, deu-se início aos passes na força do Orixá das Matas, encerrando-se com a energia de Iansã.
No segundo momento, os atendimentos à assistência continuaram com os Exus, encerrando os trabalhos da noite.
Ao final, Pai Gustavo reforçou a importância do comprometimento de todos em estarem presentes, mesmo diante da noite fria.
Gira de Terça-Feira (Corrente Ilha do Mel)
A gira na Casa das Águas iniciou com a chegada de Seu Sete Flechas, que, convocou a força de Ogum para a vibração das Sete Linhas e o passe. Os Caboclos de Ogum foram ao Oló. A Meia Lua de Cura foi preenchida pela voracidade certeira de Oxóssi, a leve esperança dos Curumins e o acalanto das águas de Iemanjá. Os ventos de Oyá sopraram sobre a casa da Vó Benta, transmutando e anunciando a chegada dos Caboclos de Xangô, que desceram em estado viril para realizarem os trabalhos! 🤎
Gira de Quarta-Feira (Mãe Luane) – Em um relato de Mãe Lu de Iemanjá e Pai Raphael de Ogum ⚔️
Em mais uma quarta feira em que o frio se fez presente, também presente se fizeram os médiuns da corrente e a assistência querida, que juntos, uniram-se em canto, palmas, amor e muita devoção para aquecer não só o corpo em movimento, mas também a alma em conexão com o sagrado!
Em sugestão de reflexão para gira, mãe Lu relatou sobre os momentos que, em dúvida, pedimos algo a espiritualidade e em demonstração de pouca fé, não acreditamos que poderemos ser agraciados com a benção em alcançar o que pedimos. Brincou, em exemplo, com uma visita inesperada da Erê Pretinha de Oxalá (após a gira dos pretos velhos) na última gira de sábado, ao qual ela veio receber um presente - uma boneca feita para ela. Médiuns da corrente acenderam uma vela, pedindo pela sua presença naquela gira. Ao chegar, sem ter alguns materiais que em geral utiliza, risonha perguntou se, já que havia sido chamada, porque não havia sido preparado. Em resposta sincera, explicaram a ela que, apesar de terem pedido, não acreditaram realmente que ela viria devido aos demais trabalhos e a necessidade da presença dos pretos velhos. Com toda simplicidade das crianças, ela então ensinou: qual a razão em pedir senão se coloca a fé naquilo que se precisa?
Ao início dos trabalhos de incorporação, S. Caboclo do Mar, em terra, organizava os trabalhos acompanhado pela força dos Caboclos de Ogum e Xangô, tão necessárias naquela noite. Os trabalhos seguiram com limpeza e passes, finalizando com um abraço, gesto que representa o acolhimento que aprendemos com a Vó Benta. Nos atendimentos de maca — que auxiliam no tratamento junto à medicina convencional — o Povo do Fogo se fez presente, compartilhando conhecimento e transmitindo energia às pessoas que ali estavam.
No segundo momento, a sensação térmica era de muito frio, mas a gira era de Caboclos — espíritos repletos de energia e vigor. O clima era de alegria, na força de Oxóssi. À medida que os consulentes eram atendidos, também aconteciam trabalhos de passe para a assistência que ainda desejava receber a força dos Caboclos. Para finalizar a noite de trabalhos, um último atendimento ainda exigia atenção. Ele foi conduzido na força indígena, encerrando a gira com um canto em Patxohã.
Gira de Quinta-Feira (Mãe Lilian) – em um relato por Capitão Alan de Ogum ⚔️
A gira se abriu com uma provocação da Mãe Lilian à nossa reflexão: o que significa reclamar? Separando a palavra, encontramos o verbo clamar, precedido de um re. Ou seja, clamar de novo. Gritar, pedir, lamentar, novamente, sobre algo que já sabemos que nos incomoda. Mas clamar para quem? E com que propósito? Ela nos trouxe a reflexão de que reclamar, quando feito sem consciência e sem ação, se torna apenas ruído. Se não temos o poder de transformar o que está ao nosso redor, talvez a sabedoria esteja na adaptação. Se temos, que sejamos então instrumento das mudanças que nós mesmos esperamos.
Numa noite fria de corpo, mas quente de espírito, o terreiro parecia vazio à primeira vista, contando com uma assistência menor do que de costume. Mas Seu Curumataí, com sua presença silenciosa e firme, soprou à Mãe Lilian (me permitam a licença poética): “Quando os encarnados são poucos, a tronqueira se abre ainda mais para os que não habitam mais um corpo.” E foi assim. Uma gira que prometia ser “tranquila” revelou sua grandeza desde o primeiro momento.
Com duas rodadas de atendimentos espirituais nas macas, onde os filhos de fé se revezaram em cura e doação. Ali, o Povo do Fogo trouxe a energia da transmutação, queimando dores, enfermidades e desequilíbrios. As Iabás, com sua doçura firme, vieram limpando os corpos e campos sutis. Caboclos em terra mantiveram a ordem, a direção e a força reta de todos os trabalhos. Ogum de Ronda também esteve presente, e sua firmeza se fez sentir nos seus passos largos e seu brado.
Na segunda parte da gira, quem conduziu os trabalhos foi a nossa querida Vovó Benta. Os marinheiros realizaram seus atendimentos no toco, mas era claro que a embarcação do saber era conduzida pela dona da casa.
E logo nos foi entregue a quarta gota de sabedoria: o tempo.
Mas não o tempo do relógio. Não o tic-tac que empurra as horas. Ela falava de um tempo mais profundo. O tempo do espírito. O tempo que se mede nos encontros, nos afetos e nos silêncios partilhados.
Pediu que todos fechassem os olhos e abraçassem com o coração os que já partiram. Fez lembrar que o tempo vivido com alguém é um tesouro, e que muitas vezes passamos por ele como se fosse algo comum e que sempre teremos a chance de viver novamente.
Com a mesma leveza de sempre, nos falou sobre o ritual de passar um café. Alertou para não fazermos disso uma corrida para o trabalho, mas um instante sagrado. Um presente que nos convida à presença. E com simplicidade generosa, distribuiu seu doce e quente café para toda a corrente e assistência presente. Aquele gesto, tão cotidiano, mas tão poderoso, virou ensinamento.
No auge de sua sabedoria, pediu que pensássemos no que mais queremos conquistar na vida. E, ao lado, no que já temos de mais importante. A resposta foi unânime: o ouro, como desejo, e a família, como o mais importante. Ela sorriu e disse: “Vocês já são ricos, só não sabem disso.”
Foi uma gira onde o tempo parou. Onde os poucos se fizeram muitos. Onde o invisível se fez intenso. Onde, mais uma vez, fomos ensinados a viver com mais presença, mais calma, mais verdade.
E que a gota de sabedoria derramada ontem possa encontrar eco no coração de cada um de nós.
Gira de Sábado (Mãe Luane) - Em um relato de Mãe Lu de Iemanjá e de Pai Raphael de Ogum ⚔️
Mãe Luane falou sobre o Amaci e sobre a força de viver esse momento como se fosse sempre a primeira vez — com verdade, confiança e alegria. Destacou que a relação com os espíritos não se constrói com ilusões, mas com entrega sincera. A Umbanda não fica só no terreiro: ela caminha conosco no cotidiano, nas escolhas, no modo de viver. “Mas, mãe, devo acender uma vela onde estiver?” — Não se trata disso. É sobre reconhecer a importância de cada instante e se abrir para viver a espiritualidade dentro e fora do terreiro, com presença e sentido.
Ao iniciar a gira, S. Caboclo do Mar, espírito chefe do trabalhos naquela noite, ordenou a força de Ogum e Oxóssi para os trabalhos que aconteceriam, reforçando o passe energético e a limpeza da assistência. Já com a ferradura de cura organizada, os trabalhos aconteceram na força das matas, com as caboclas da Jurema numa energia sem igual. Ao final da primeira parte, ocorreu o amaci de 12 novos médiuns, momento único e ímpar da vida mediúnica. Ao segundo momento da gira os pretos velhos em conjunto com a Vó Ana, porém tivemos uma surpresa com o início do fim dos trabalhos, a Erê pretinha de Oxalá se fez presente e trouxe muitos ensinamentos sobre o respeito, tempo e principalmente o cuidado com a saúde, que por vários momentos é deixada de lado e voltada atenção somente quando o corpo dá sinais. Ela ainda falou sobre a importância do movimento e da alimentação colorida (frutas, verduras e legumes), complementada pelo Pai Joaquim e Velho do Rio.
Projetos esportivos
Dança do ventre
Na última segunda, a aula de Dança Árabe recepcionou o frio que chegou com tudo, mas alunas e professora não desanimaram! A aula contou com movimentos sinuosos em deslocamento, aquecendo o corpo e irradiando para o coração. Além disso, combinados foram feitos referente às próximas coreografias do grupo e apresentações que estão por vir! ✨❤️🔥
Dança cigana
A aula de Dança Cigana Artística desta semana foi intensamente linda, pelo conjunto de alunas, podendo ser representada pelas palavras da professora Lu Rodrigues: “ O corpo é instrumento de expressão, mas também território de escuta, emoção e criação intuitiva. Mesmo com a baixa temperatura a aula foi uma descontração só! Mudando os lugares de cada uma das alunas na coreografia passada, tivemos reação inicial do medo de errar e depois a satisfação em fazer! Ou seja, a dança - mesmo que simples, nos desafia. Podemos optar por ‘ficar para atrás’ quando temos dúvidas, ou podemos vir a frente e fazer aquilo que precisamos fazer!
Isso trabalha as nossas capacidades e nossa postura!
Dançar é Alma...
✨💃🏼✨
Capoeira
No último encontro do projeto Capoeire-se, vivenciamos um momento potente de trocas e ancestralidade! ✊🏾✨ A fluidez dos movimentos da capoeira se uniu à dinâmica conduzida por Amanda Quilombola e Lossano, fortalecendo corpo e consciência. Pra completar, a Gi Kali trouxe uma vivência incrível com o improviso e o hip hop, criando um verdadeiro encontro de culturas que batizamos de “Misture-se”. Porque quando a gente mistura, a gente soma, aprende e se transforma. 💥🎶 Vem com a gente nessa roda de corpo, arte e afeto! 🪘🌀
Projetos terapêuticos
Terapias integrativas
Em meio ao frio da semana, nossos terapeutas voluntários se uniram com carinho e dedicação para oferecer acolhimento em forma de cuidado. Nos atendimentos realizados às terças e quartas-feiras, pessoas e até animais receberam terapias que aquecem o corpo, a mente e o espírito — presencialmente e também à distância.
As práticas oferecidas incluem Reiki, Reflexologia, Cromoterapia, Musicoterapia, Aromaterapia e Meditações Guiadas, criando um espaço de escuta, equilíbrio e bem-estar.
Para os voluntários, o cuidado vai além das palavras — ele se manifesta no toque sutil, na vibração das cores, no som que acalma e na presença amorosa de quem serve com o coração.
✨Permita-se esse momento de conexão e cura.
Porque aqui, acolher também é espiritualidade!
Salve sua Luz!
Projetos sociais
Xepa e Feira Solidária
A Feira Solidária é um projeto essencial do Terreiro Vovó Benta que une espiritualidade, cuidado com o próximo e consciência social. Através da coleta de alimentos excedentes das feiras livres — a chamada "xepa" — o projeto atua no combate à fome, na promoção da segurança alimentar e na redução do desperdício. Esses alimentos, muitas vezes ainda em excelente estado e com alto valor nutricional, são triados com carinho por voluntários e depois distribuídos a famílias que contam com esse apoio semanalmente. A importância do projeto vai além do alimento: ele fortalece laços comunitários, promove dignidade e acolhimento, e transforma o terreiro em um verdadeiro espaço de cuidado coletivo.
Total Coleta Xepa Solidária: 658,00kg , sendo:
🥬Destinado à Feira Solidária : 592,30kg
♻ Destinado à compostagem: 65,70kg
Para participar, você pode se voluntariar nas etapas de coleta, triagem ou entrega ou divulgar o projeto através das redes sociais. Cada gesto de ajuda fortalece essa corrente de solidariedade. Alimentar é também um ato de fé, de afeto e de compromisso com a vida.
Marmita Solidária
A Cozinha da Vó está sempre cheia de amor e alimento para a alma! Com muito carinho, nossa turma de voluntários prepara comidinha gostosa e cheia de amor pra alimentar o corpo e o coração de quem precisa. Quer ajudar nessa corrente do bem? Seja na cozinha, no empratamento ou na entrega, toda ajuda é super bem-vinda! 🤗 Vem bater um papo com a Secretaria do Terreiro Vovó Benta e descobrir como fazer parte dessa família linda! 🍽️💚
Projetos culturais
Crochêterapia - com informações da Mãe Lilian de Iemanjá 🌊
Nesta terça-feira, estávamos tão animadas que até esquecemos de registrar uma foto do nosso encontro! Entre um café delicioso e outro, conversamos sobre muitos assuntos enquanto as agulhas trabalhavam de forma verdadeiramente terapêutica.
Já somamos 82 toucas e 71 cachecóis de lã (fora os mais de 20 pares de sapatinhos) que serão doados ao Lar Moisés! No dia 5 de julho, vamos levar toda essa produção cheia de amor para aquecer as crianças do Lar.
E tem novidade chegando: nosso projeto agora também vai abraçar um Lar de idosos! Vamos confeccionar gorros e polainas para aquecer nossos mais velhos com muito amor e carinho.
Quer participar desse grupo lindo? Então venha na próxima terça-feira, às 14h, aqui no TVB. Estaremos te esperando!
O que acontece na Crochêterapia, fica na Crochêterapia!
Leia+
O próximo encontro do projeto já está agendado! No dia 05/07 às 14h no TVB!
A leitura conjunta para este encontro é da obra “Eu que nunca conheci os homens”, da autora Jacqueline Harpman - para realização de debate leve e discussão breve dos pontos de interesse trazidos por cada leitor participante do encontro. 🧠
Além da leitura conjunta, cada encontro do projeto conta com um momento especial para compartilhamento de outras leituras, experiências e indicações que cada leitor queira trazer. Esse espaço é aberto para troca de sugestões que vão além dos livros: peças teatrais, filmes, séries, podcasts e outras fontes de entretenimento e reflexão também são bem-vindas. 🎭🎬✨
O objetivo é ampliar as conexões e fortalecer o prazer pela leitura e pelo diálogo!
Todos são bem vindos para contribuir com aquilo que toca, instiga ou inspira! 📖💬🤝

Biblioteca Pai José
A Biblioteca do Pai José é um espaço de saber, troca e axé! Com mais de duas mil obras disponíveis, ela oferece acesso a livros por um valor simbólico de cinco reais por mês, reforçando seu compromisso com a educação e a transformação social.
Nosso acervo é diverso e potente: livros sobre Umbanda, Espiritismo, terapias integrativas, literatura infantil e juvenil, clássicos brasileiros e muito mais. É um convite à leitura como ferramenta de autoconhecimento, ampliação de consciência e conexão com o sagrado e o mundo.
O cadastro e o conhecimento das obras disponíveis podem ser feitos diretamente na Secretaria do Terreiro Vovó Benta. Aproveite essa oportunidade de mergulhar em novas histórias e saberes com acesso facilitado e muito acolhimento.
Ler também é um ato de fé. Vem pra Biblioteca do Pai José! ✨📖
Indicação de Livro
O livro Umbanda: Religião Brasileira, de Diamantino Fernandes Trindade, é uma obra fundamental para quem deseja compreender a Umbanda em sua essência histórica, espiritual e cultural. Com linguagem acessível, o autor apresenta os fundamentos da religião, suas raízes brasileiras, os Orixás, as entidades, as práticas rituais e a importância da mediunidade, sempre valorizando a ética, a caridade e o sincretismo que formam a base dessa tradição. É uma leitura enriquecedora tanto para iniciantes quanto para praticantes que buscam aprofundamento e conexão com os saberes ancestrais da Umbanda.