Tudo o que está no chão, está aterrado, enraizado, descarregado e seguro. Como os antigos nos falam: “do chão não passa” ou até mesmo “quanto maior o salto, maior o tombo”. São sabedorias antigas e que certamente filosofam entre as gerações.

Meu eterno Pai de Santo, Fernando de Ogum, fundador do Terreiro do Pai Maneco, usou primeiramente o termo Umbanda Pés no Chão para evidenciar uma Umbanda sem bobagens. Como ele mesmo dizia: “Dentro de uma religião que prega a paz e o amor não pode caber esse monte de besteiras”. A Umbanda tem os pés firmes, ou seja, equilibrada. Não há espaço para misticismo, mentiras ou medos infundados. A sociedade ganhou muito com a forma de pensar de Pai Fernando com a Umbanda Pés no Chão, pois a luz da sabedoria sobre o que é realmente a Umbanda se fez com maestria dentro desde conceito. Mas, que conceito é esse? O que é, é. O que não é, não é e ponto final.

O que antes era realizado nas madrugadas ou com portas fechadas com diversas “mirongas de congá” se fez iluminado e coletivo a partir deste conceito Umbanda Pés no Chão. Não tem pergunta que fica sem resposta, mesmo que a resposta seja “não sei, vou procurar saber”. Guias no pescoço não é conhecimento, porém, o que retrata o aprendizado com a espiritualidade é o sorriso farto e a felicidade de existir e entender a própria existência e a do todo. O pé preto após uma gira e a mente reflexiva são pontos cruciais da evolução do médium que se retrata na vida equilibrada, coesa e feliz. Ou seja, é fora do terreiro que o aprendizado se evidencia.