Edição #61
- Terreiro Vovó Benta

- 2 de nov.
- 20 min de leitura
24 de out. de 2025 à 30 de out. de 2025
Há um pulsar constante no Terreiro Vovó Benta. Ele nasce das mãos que doam, dos corpos que dançam, das vozes que se unem e dos corações que acreditam que servir é também uma forma de amar.
Nesta edição da Revista Digital TVB, cada página é um retrato vivo desse movimento que transforma: o de uma comunidade que faz da fé, da arte e da solidariedade uma só expressão de vida.
“Aqui, o amor se multiplica em gestos e o axé se espalha em forma de ação.”
Na Crochêterapia, fios e agulhas se tornam instrumentos de acolhimento.
Em cada ponto, uma história; em cada laçada, um afeto. As tardes de terça e sábado entrelaçam amizade, serenidade e propósito — é o coração que costura o que o tempo não desfaz.
A Feira Solidária mostra que a generosidade alimenta tanto quanto o pão.
Mais de quarenta voluntários transformam as xepas das feiras em refeições, dignidade e esperança.
Nada se perde quando há amor em cada gesto — porque no TVB, o alimento é também um ato espiritual.
Na Dança do Ventre, a professora Cris Farah conduz um ritual de beleza e força.
Entre véus coloridos, cada mulher redescobre a sua luz, dançando com o mistério e a graça das antigas sacerdotisas do Egito. É a arte se transformando em libertação, e o corpo, em templo de autoconhecimento.
Já a Dança Cigana colore o terreiro com saias, risos e energia vibrante.
Sob o toque do pandeiro e o balanço do corpo, a dança se torna celebração — de vida, de força e de feminilidade.
Ali, toda segunda-feira, a alma encontra no movimento o seu descanso.
O projeto Movimenta Caboclo, com a professora Isa, faz o corpo vibrar no compasso da alegria.
É o encontro da música, do exercício e da descontração, provando que saúde também é axé.
Cada aula é uma injeção de vitalidade e bom humor, onde quem dança, reza com o corpo e sorri com o coração.
E no Capoeire-se, a tradição brasileira ganha corpo e sentido com a Mestra Pitanga. Crianças e adultos aprendem que a maior vitória não está no golpe perfeito, mas no respeito, na disciplina e na superação diária.
A capoeira ensina que tudo é processo — e que quem se move com verdade, cresce com o ritmo da vida.
“Em cada projeto, há um chamado: movimentar o amor, partilhar o saber e viver com propósito.”
Nesta edição, celebramos o que somos — um terreiro que alimenta corpos e desperta almas.
Que cada "página" da revista te inspire a agir, a criar, a dançar e a sentir.
Porque aqui no TVB, fé, arte e solidariedade dançam juntas.
E é nessa dança que o mundo se transforma — um gesto de cada vez.
Giras
Gira de Segunda (Mãe Lilian) - Relato por Pai Luiz de Oxóssi
A gira de segunda-feira, iniciou com a Mãe Lilian conduzindo uma reflexão profunda, inspirada pela Vó Benta, sobre a importância que damos às coisas e o que importamos para nossa vida, usando como metáfora o sentido mercantil de importação para falar sobre as intenções e necessidades que nos movem. A reflexão focou na necessidade de usar a inteligência emocional, intelectual e espiritual para fazer escolhas sobre o que realmente importa, e na forma como lidamos com as finitudes e as decisões dos outros que nos afetam, ressaltando que o amor verdadeiro respeita as escolhas e a busca pela felicidade do próximo, sem egoísmo. Devemos priorizar o que nos é essencial, o descanso, a reflexão e os laços afetivos em detrimento de prazeres virtuais e supérfluos, sempre respeitando as importâncias dos que amamos.
Após o ritual de abertura, a Vó Benta chegou com sua habitual alegria e amor, enfatizando a necessidade de colocar sentimento e intenção sincera em cumprimentos e orações, indo além das palavras repetidas. A Vó Benta condenou a preguiça e a autopiedade, que impedem de aproveitar a vida e de se levantar com a força dos Orixás, incentivando a todos a ter uma caminhada de alegria, sorrindo e saltitando, nunca se rastejando. Ela sugeriu que se busque a alegria interior através de boas cantigas e comidas coloridas, agradecendo diariamente ao espírito e a Deus. A Vó Benta ensinou que a vida requer sabedoria para ser "temperada", comparando-a a uma receita de pão, onde a ordem e a dosagem dos "ingredientes" (alegria e sabedoria) são essenciais para manter o bem-estar e afastar a tristeza. A mensagem central é a valorização da própria existência e o foco no que há de bom.
Na sequência, houve a saudação e firmeza de trabalhos dos caboclos, com a invocação de Seu Guaracý e Seu Curumataí. Os passes energéticos foram realizados sucessivamente por caboclos de Ogum, Mamãe Iemanjá, e o bate-folha por Oxóssi, Oxum e Nanã Buruquê. A segunda parte da gira, dedicada aos caboclos, trouxe Seu Sete Trovoadas e Seu Pedra Branca na força de Xangô, focando em atendimentos à assistência e às famílias. Os Curumins e Erês também participaram, finalizando seus atendimentos com uma linda ciranda. Para encerrar e limpar o ambiente, a força de Mamãe Iansã foi invocada, e o trabalho foi alegremente concluído com a vibração leve do povo baiano no desenvolvimento da corrente.
Saravá à Vovó Benta, Seu Curumataí e todos os caboclos !
🌻 Gira de Terça – Sob o Comando de Mãe Cris de Iansã
Nesta terça-feira, a gira foi conduzida pela força, sabedoria e ventania serena de Mãe Cris de Iansã, trazendo como tema central uma reflexão sobre o controle — esse velho desejo humano de querer ter as rédeas de tudo.
Conversamos sobre a ilusão do controle e sobre como, tantas vezes, insistimos em querer definir o rumo das coisas, esquecendo que as melhores surpresas da vida acontecem justamente quando ela escapa das nossas mãos. Percebemos que não podemos controlar o mundo, nem as pessoas, nem os acontecimentos — mas podemos, sim, nos controlar: nossas reações, nossos sentimentos e a forma como acolhemos o que chega diferente daquilo que planejamos.
“O verdadeiro controle está em como respondemos ao que não podemos dominar.”
E sendo uma gira de baianos, não poderia haver momento mais propício. A energia dos baianos é a do equilíbrio entre leveza e sabedoria. Eles nos ensinam a gingar com a vida, a driblar as dificuldades com malemolência e a não endurecer diante das encruzilhadas do caminho. Nos lembram que “ser malandro” — no sentido mais bonito e espiritual — é ter astúcia com bondade, esperteza com ética e sabedoria com humildade.
Como bem disse Seu Zé:
“Malandro que é malandro aprende com quem sabe mais.
Malandro que é malandro não passa ninguém pra trás.”
Após a reflexão, Seu Girassol chegou irradiando a força de Oxóssi, conduzindo os passes e a energização da assistência com serenidade e fé. Os Caboclos de Ogum e as Iabás também se manifestaram, trazendo cura, equilíbrio e amparo aos pets e a todos os presentes na ferradura de cura.
Na segunda parte da gira, Dona Maria chegou espalhando sua alegria e sua firmeza, unindo-se à força dos baianos para conduzir os atendimentos com fé, luz e amor.
Foi uma noite de aprendizado e movimento interno — uma gira que soprou, com os ventos de Iansã, a lembrança de que a vida é dança, e não domínio.
Gira de Quarta-Feira (Mãe Luane)
O trabalho dessa quarta iniciou antes mesmo da gira começar, durante a manhã a Mãe Lu nos convidou para na gira trabalharmos junto com Vó Ana por dores físicas, levamos ervas, vela e o desejo da cura. Com o início da gira fomos convidados a refletir sobre as almas, afinal com a proximidade do dia de finados e também com o nosso trabalho tradicional com as Almas benditas, a Mãe Lu nos convidou a refletir sobre as almas que ainda não desencarnaram, sobre nossa disposição para conviver seja família de sangue ou aquela que escolhemos. E também sobre iluminar e sermos iluminados, como todos podemos ser inspiração iluminar e sermos iluminados a todo momento.
O Cabloco do Mar chegou e com ele seguimos com os trabalhos com o passe e logo em seguida duas levas de macas onde tratamos assistência e alguns irmãos de corrente, antes de finalizar a primeira parte dos trabalhos um trabalho de meio contou com a presença de todas as linhas de trabalho que até o momento não tinham vindo em terra. Na segunda parte a Vó Ana e seu Zé do Sapucaia guiaram os trabalhos. Após terminar as consultas a Vó Ana começou o trabalho que a Mãe já havia nos direcionado de manhã, falando sobre a importância de cuidarmos de nós, após a subida da Vó a Mãe deu sequência e nos convidou a deitar no chão e nos concentramos em nossa cura, foram alguns minutos mas a sensação é de que fomos abraçados pelo chão da nossa casa. Foi uma noite incrível para nos conectarmos com a nossa família de santo, com nós mesmos e com nossos propósitos.
Gira de Quinta-Feira (Mãe Lilian) - Relato por Capitão Alan de Ogum
A gira desta quinta-feira começou com uma reflexão da Mãe Lilian sobre algo que parece moderno, mas que carrega uma lição antiga: o controle da mente e o propósito do espírito. Falando sobre a dopamina, ela explicou como esse pequeno mensageiro químico se tornou o alimento diário das nossas emoções. E, muitas vezes, o combustível dos nossos excessos. Mas o ponto não era biológico. Era humano. Ela disse que buscamos a dopamina não só no doce, no consumo, nas telas, mas também nas pequenas fugas que criamos para preencher o vazio que a alma sente quando se desconecta de seu propósito. “O perigo”, disse a Mãe, “é quando a gente começa a alimentar o corpo e esquecer de nutrir o espírito.” Com seu jeito firme e afetuoso, ela contou sobre suas experiências de vida, de estudo e de fé. Lembrou que a verdadeira cura começa quando encontramos o porquê do que fazemos. “O propósito”, explicou, “é o que te faz levantar da cama todos os dias. Se você esqueceu qual é, talvez Deus esteja te dando uma sacudida pra te acordar de novo.” E a cada palavra, era possível ver nos olhos dos presentes o espelho de si mesmos. Entre risadas, silêncios e pequenas pausas de reflexão. Ela falou sobre excesso e equilíbrio, sobre o uso consciente das ferramentas da vida, como o celular, o consumo, os desejos, e lembrou que tudo pode ser bom, desde que usado com propósito. “Não é o biscoito, nem o celular, nem o dinheiro que fazem mal”, disse, “mas o que a gente deixa de viver quando se distrai com eles.” A mensagem final ficou clara: que cada um aprenda a olhar com amor para o que precisa ajustar em si mesmo, antes que a vida precise dar o empurrão. Na primeira parte da gira, quem conduziu os trabalhos espirituais foi novamente a Vovó Benta, que permaneceu até o final. As palavras dela, suaves e firmes, traziam o mesmo ensinamento da reflexão inicial, sobre presença e verdade. Com ela, estavam Seu Guará, caboclo de Oxóssi que acompanha o Pai Amilton, e Seu Tucumã, pai de cabeça do Pai Rafael. Ambos foram os responsáveis pela condução dos trabalhos de cirurgia espiritual e da pira de fogo. Foram duas levas de maca, em um clima de muita serenidade e entrega. A Vovó Benta coordenava cada movimento, sem pressa, com aquele olhar que parece atravessar o corpo e alcançar o espírito. No intervalo, a Vó permaneceu em terra, conversando com alguns filhos e preparando a vibração para a segunda parte. Na segunda parte tivemos a presença dos Exus, e todos esperavam o Seu Tata Caveira para comandar. Mas quem permaneceu à frente foi ela: a própria Vó Benta, a dona da casa. E foi bonito de ver o respeito das entidades que chegaram para o trabalho: todos os Exus e Pombagiras, antes de qualquer atendimento, foram até o centro do terreiro para cumprimentar a Vovó Benta, reverenciando sua presença e força. Os atendimentos de toco aconteceram com a firmeza e direcionamento típicos dos nossos guardiões da esquerda. Durante este momento, também vieram os Exus Mirins, ajudando na limpeza da corrente e da assistência. Cada pessoa que buscou ajuda foi acolhida. Ao final, a Vovó Benta subiu devagar, deixando no ar aquela energia de casa limpa, coração leve e alma reabastecida. Saravá todos os Exus e Pombagiras que nos guardam! Saravá a Vovó Benta!
🌿 Gira de Sexta – O Caminho e o Acolhimento
Na sexta-feira, 24 de outubro, a gira teve início sob a condução e a vibração amorosa de Mãe Luana, que trouxe à corrente uma reflexão de grande valor: a importância da união e da partilha de energia.
Ela lembrou como o simples ato de reunir ervas para o Amaci fortalece não apenas o ritual, mas também os laços entre os filhos e as forças espirituais que sustentam o trabalho.
“Cada erva colhida com fé é uma prece viva que se transforma em cura.”
Com clareza e doçura, Mãe Luana provocou uma reflexão que tocou a todos:
“Você está no caminho certo?
Existe mesmo um caminho certo?”
A partir dessa pergunta, fomos convidados a olhar para dentro e reconhecer que cada um de nós tem seu próprio percurso, com desafios, ritmos e aprendizados únicos.
O “certo” é relativo — o que serve para um, pode não servir para outro.
Por isso, é essencial fazer um diagnóstico sincero da própria vida, observando não apenas o que já conquistamos, mas também o que ainda precisa ser lapidado em nós.
Ela nos levou também a pensar sobre como lidamos com a necessidade de ajuda:
Será que, quando precisamos, nos escondemos? Ou temos coragem de pedir e aceitar amparo?
Durante a gira, fomos convidados a abrir o coração e buscar o auxílio dos caboclos e Exus, para compreender o que ainda precisa de cura e equilíbrio em nosso caminho.
A gira começou com o Amaci dos novos filhos, momento de bênção e integração à corrente.
Em seguida, foram realizados os passes nas linhas de Xangô e Iemanjá, harmonizando justiça e emoção, razão e sensibilidade.
O trabalho específico da noite se concentrou nas forças de Oxóssi e Oxum, guiando o desenvolvimento e a prosperidade espiritual.
Ao final, a assistência foi envolvida pelas energias de Ogum e Iansã, trazendo firmeza, coragem e movimento.
Na segunda parte da gira, Seu Exu do Ferro assumiu os trabalhos, acolhendo toda a assistência com atenção e sabedoria nas consultas.
Ao encerrar os atendimentos, deixou um ensinamento que ecoou na alma de todos:
“A pessoa que ajuda primeiro é bondosa.
A pessoa que pede ajuda primeiro é forte.”
Foi uma gira de autoconhecimento, humildade e entrega —
uma noite em que cada um pôde compreender que o caminho certo é aquele que nos faz crescer em verdade, amor e fé.
Gira de Sábado (Mãe Luane)
Em mais um sábado, a corrente do Caboclo do Mar se uniu — e ainda em um dia muito especial: o dia de Amaci.
Na reflexão antes da gira, Mãe Lu falou sobre o amaci, o ritual e a importância dos irmãos mais velhos que já passaram por esse momento e acumularam mais vivências. Falou sobre serem exemplo — tanto de caminhada quanto de postura dentro de uma casa de fé. Essa postura, muitas vezes, é o primeiro ponto a ser ajustado antes mesmo de qualquer questão energética, como se costuma imaginar.
A gira pode proporcionar a incorporação, o comungar e tantas outras formas de desenvolvimento. E é a nossa postura diante disso que vai determinar como tudo acontece.
Após a reflexão, a gira iniciou com muita alegria. O Caboclo do Mar esteve presente, conduzindo os trabalhos. Foram realizados o Amaci, o descarrego, a energização, o passe, a ferradura de cura e, em seguida, as consultas com os caboclos — também sob o comando do Caboclo do Mar, mas na presença e na força de Xangô e de Oxóssi.
Todos os caboclos juntos formaram uma linda energia, uma verdadeira transformação para todos que precisavam desse pisar firme, dessa fortaleza, da determinação e da alegria.
Saravá!
Projetos esportivos
🌙 A Magia da Dança: quando o véu encontra o luar
Nesta segunda-feira, o espaço do TVB se encheu de mistério, brilho e movimento.
A aula temática de Halloween, conduzida pela professora Cris Farah, trouxe um toque de encanto oriental e espiritualidade egípcia — onde o corpo se transforma em instrumento de expressão, e cada gesto se torna um feitiço de beleza.
“Entre véus e tambores, dançamos para despertar a luz que habita em nós.”
As alunas se entregaram à energia da noite com figurinos repletos de detalhes, olhos marcados por traços firmes e o magnetismo do olhar que recorda as sacerdotisas do antigo Egito.
Cada movimento dos quadris, cada giro de véu, parecia invocar a ancestralidade feminina que atravessa o tempo, revelando o poder, a delicadeza e a sabedoria do corpo em harmonia.
“Dançar é se reconectar à origem. É fazer do corpo um templo e da alma, uma prece em movimento.”
Entre risadas, fotos e vídeos, a aula foi um verdadeiro ritual de alegria e libertação.
As bruxas da noite deram lugar às deusas da dança — e no compasso da música, o TVB se iluminou de encantamento.
“A dança do ventre é a linguagem do coração em forma de movimento.”
🪶 Movimenta Caboclo: corpo em movimento, alma em celebração
Terça-feira à tarde tem um chamado especial ecoando pelo TVB... É dia de Movimenta Caboclo! 💃🪶
A professora Isa comanda a roda e coloca todo mundo pra dançar — e, convenhamos, é impossível não se contagiar com essa energia!
“Quando o corpo se move com alegria, o espírito agradece.”
O projeto une atividade física, música e descontração, criando um espaço de bem-estar e convivência onde o riso, o ritmo e o movimento se entrelaçam. Cada passo é um convite para cuidar do corpo, aliviar a mente e fortalecer o axé da vida.
“Mexer o corpo é abrir caminho para a saúde, a leveza e o equilíbrio.”
Mais do que um exercício, o Movimenta Caboclo é um momento de encontro — de amigos, de energias e de propósitos. Aqui, mobilidade, flexibilidade e vitalidade andam de mãos dadas com o prazer de estar em boa companhia.
Então, não perca tempo! Traga sua garrafinha de água, vista uma roupa leve e venha movimentar o corpo e o coração com a gente.
🕓 Toda terça-feira, às 17h, no Terreiro Vovó Benta.
Porque quem dança com alegria, vive com mais axé!
🪘 Capoeire-se: o corpo que aprende, o corpo que transforma
Nem sempre a maior vitória está em acertar o movimento perfeito.
Às vezes, ela se revela em algo bem mais profundo — em respeitar o espaço, em acolher o colega, em tentar novamente sem desistir.
Na Capoeira Infantil, cada aula é uma lição de vida disfarçada de brincadeira.
Os pequenos aprendem que disciplina e alegria podem caminhar lado a lado.
Entre uma ginga e outra, surgem valores: cuidar do corpo, da alimentação e das atitudes.
Nesta quinta-feira, o aprendizado foi leve e delicioso:
quem come frutas é mais forte! 🍎
E na hora da foto, os bracinhos erguidos mostraram que saúde e alegria formam o melhor movimento de todos.
“Sou capoeira, mas também sou saudável.”
Na Capoeira Adulta, o ritmo muda, mas a essência permanece.
A cada toque do berimbau, o corpo se reinventa.
Aqui, a força física encontra a sabedoria do tempo —
porque tudo é um processo, e a capoeira nos lembra disso a cada roda.
Mesmo quando revisitamos o que já sabemos, descobrimos novas formas de crescer.
O corpo se transforma... mas quem mais se transforma é o ser humano que aprende a se equilibrar entre humildade e coragem.
“A ginga é o jeito que a alma encontra de continuar aprendendo.”
Mais do que um esporte, a capoeira é um modo de viver.
É diálogo, ritmo, respeito e presença.
No TVB, ela une gerações, fortalece corpos e desperta consciências.
E é por isso que a nossa frase de efeito segue sendo simples — e verdadeira:
Capoeira: prática de vida.
🌻 Segunda Cigana – quando a alma dança com a vida
Todas as segundas-feiras, o Terreiro Vovó Benta se enche de cor, movimento e encanto.
É dia de Dança Cigana Artística, um espaço onde o corpo se expressa, a alma se renova e a energia se transforma em poesia em movimento.
“Cada gesto é um traço de liberdade. Cada giro, uma celebração da vida.”
A dança começa suave, com o som do violino e o toque do pandeiro, e logo o salão se transforma num redemoinho de saias coloridas, sorrisos e brilho.
As participantes se entregam ao ritmo, deixando o cansaço do dia se dissolver em alegria, encontrando na arte um refúgio e uma forma de reconexão consigo mesmas.
Mais do que uma aula, a Segunda Cigana é um rito de beleza, força e feminilidade.
É o instante em que o coração se alinha com a música e a expressão se torna oração.
Aqui, não há competição nem espelhos que cobram perfeição — apenas mulheres inteiras, livres e luminosas, que dançam com o coração aberto e o olhar sereno de quem reconhece a sacralidade do movimento.
“Quando dançamos, honramos as ancestrais que encontraram na arte o caminho da resistência e do amor.”
Ao final, o que fica é o riso, o abraço e a sensação de que a vida, quando dançada, se torna mais leve e mais bonita.
Gratidão pela energia, pela entrega e pela luz que cada encontro traz —
porque na Segunda Cigana, o corpo fala, a alma canta e o espírito floresce.
Projetos terapêuticos
🌸 Terapias Integrativas: quando o cuidado se transforma em luz
Nesta semana, o Terreiro Vovó Benta se iluminou em duas noites de profunda conexão, cura e amor.
As terapias integrativas mais uma vez mostraram sua força como instrumento de equilíbrio e bem-estar, unindo ciência, espiritualidade e sensibilidade humana em um mesmo propósito: cuidar da vida em todas as suas formas.
🌕 Terça-feira de Luz e Acolhimento
A energia da terça-feira envolveu o espaço com serenidade e harmonia.
Foram 11 terapeutas em plena sintonia, atendendo 23 pessoas e 1 pet presencialmente, além de 87 atendimentos à distância que levaram vibrações de cura para diversos lares.
“Onde há amor, há energia em movimento.
E onde há entrega, há cura que floresce.”
Cada atendimento foi um gesto de escuta e amparo, reafirmando o compromisso do TVB em promover saúde integral — física, emocional e espiritual — com responsabilidade, ética e coração.
🌕 Quarta-feira: Luz que se multiplica
A noite seguinte foi igualmente especial.
14 terapeutas doaram seu tempo, seu axé e sua energia para iluminar 23 assistidos presenciais e 7 à distância.
Mas o momento mais simbólico veio de um visitante inesperado: uma pequena cachorrinha entrou espontaneamente no espaço, deitou-se serenamente e participou das vibrações terapêuticas.
Ao final dos atendimentos, levantou-se tranquila e seguiu em direção ao seu destino — um lar.
Uma filha da casa, integrante do projeto Marmita Solidária, emocionada, decidiu adotá-la.
“Nada é por acaso. Onde há amor, até os animais reconhecem o caminho da cura.”
Essas noites de atendimento reforçam a essência do trabalho do Terreiro Vovó Benta: cuidar, acolher e transformar, com mãos que emanam energia e corações que vibram na mesma frequência do bem.
✨ Namastê. Que a luz que curou continue a se expandir em cada um de nós.
Projetos Sociais
🥕 Feira Solidária TVB: quando o amor se transforma em alimento
Nesta semana, mais de 40 voluntários se uniram com um propósito comum: movimentar amor e transformar doações em dignidade. Com alegria e disposição, o grupo percorreu as feiras da 29 de Março, do Mercado Regional Cajuru e do Alto da Glória, recolhendo as xepas que alimentam não só corpos, mas também esperanças.
“Aqui, o que seria descartado volta a ter valor — e o que sobra vira cuidado.”
🌿 Resultados da Coleta Solidária
📅 Dias 25 e 26 de outubro de 2025
Total coletado: 575,40 kg de alimentos!
🥬 Destinados à Feira Solidária: 497,10 kg
🍽️ Destinados à Cozinha Solidária: 17,70 kg
♻️ Destinados à Compostagem: 60,60 kg
📍 Pontos de coleta:
Alto da Glória
Total: 201,20 kg
→ Entrega: 168,40 kg
→ Cozinha: 17,70 kg
→ Compostagem: 15,10 kg
Cajuru
Total: 227,15 kg
→ Entrega: 195,85 kg
→ Compostagem: 31,30 kg
Feira Mercês – 29 de Março
Total: 147,05 kg
→ Entrega: 132,85 kg
→ Compostagem: 14,20 kg
Nas fotos, o que se vê vai além de números: são cores, texturas e vida.
Os alimentos chegam frescos, coloridos e cheios de valor nutricional.
A maioria dos feirantes não doa restos, doa com consciência e coração, sabendo que cada hortaliça e fruta será rapidamente separada e entregue às famílias em situação de vulnerabilidade na comunidade do Bairro Alto, onde o Terreiro Vovó Benta atua há mais de uma década.
“Nada se perde quando o amor é o ponto de partida.”
Cada quilo arrecadado representa mais do que alimento — é uma rede de solidariedade que se fortalece a cada ação.
Uma mão fortalece a outra.
Juntos somos mais fortes.
E quanto mais pudermos, mais faremos!
🥫 Doação de 2 Toneladas de Alimentos: solidariedade que alimenta a nossa gente
A solidariedade correu junto com a boa vontade!
Por meio da ação solidária da Corrida de Rua da Assembleia Legislativa do Paraná, o Terreiro Vovó Benta recebeu uma importante doação de 2 toneladas de alimentos não perecíveis, resultado das inscrições e da generosidade dos participantes do evento.
Os alimentos — entre eles arroz, feijão, macarrão, fubá, farinha de trigo, açúcar e mel — foram encaminhados pelo Banco de Alimentos Municipal de Curitiba, parceiro essencial nessa corrente do bem.
Graças a essa parceria, cada quilo arrecadado encontrou destino certo: as famílias em situação de vulnerabilidade que vivem nas comunidades próximas ao terreiro.
“Quando a partilha é sincera, o alimento vira afeto e o gesto vira sustento.”
A distribuição aconteceu com o apoio das equipes do Marmita Solidária TVB, que levaram as doações aos seguintes pontos:
🍲 Atrás do Banco do Brasil – Bairro Alto
🍲 Ao lado do IML – Bairro Alto
🍲 Jardim Acrópole – Cajuru
Em cada entrega, sorrisos, gratidão e a certeza de que alimentar o corpo é também alimentar a esperança. Um relato importante de uma mulher que com um vidro de pote de mel nas mãos que acabara de ganhar: "você sabe que isso aqui não é só mel, certo? É remédio! Que Deus lhes abençoem muito!".
O Terreiro Vovó Benta agradece, com profundo carinho, ao Banco de Alimentos Municipal de Curitiba, à Secretaria de Segurança Alimentar e Nutricional, à Assembleia Legislativa do Paraná e a todos os voluntários e parceiros que tornaram essa ação possível.
Este gesto reforça que a união entre instituições e comunidade é o verdadeiro tempero da solidariedade.
✨ “Quando o alimento chega, a fome vai embora — e a dignidade volta a florescer.”
🏅 Menção Honrosa: quando o servir se torna reconhecimento
Na quarta-feira da semana passada, o Terreiro Vovó Benta foi reconhecido publicamente por seu compromisso com a solidariedade e o direito à alimentação. Em uma sessão solene realizada na Câmara Municipal de Curitiba, a fundadora do TVB, Lilian Maria da Silva Dallastra, recebeu uma Menção Honrosa concedida pela Secretaria Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, em homenagem aos relevantes serviços prestados à população curitibana, garantindo acesso à comida de qualidade e a uma vida mais saudável.
“Este reconhecimento não é de uma pessoa, é de um coletivo que acredita no poder transformador da partilha.”
Ao receber o certificado, Lilian fez questão de dedicar a homenagem a todos os voluntários, funcionários e colaboradores que, dia após dia, dão vida aos projetos do TVB — do Marmita Solidária à Feira Solidária, da Cozinha Comunitária às ações de educação alimentar e espiritual que fortalecem a comunidade.
Foi um momento de emoção e orgulho, não apenas por premiar um trabalho de doze anos, mas por afirmar o valor das redes de cuidado que nascem do amor e do compromisso social.
“Nada se faz sozinho. Cada refeição entregue, cada cesta distribuída, cada sorriso acolhido — tudo é resultado de mãos que se unem pelo bem comum.”
A homenagem reforça o papel do Terreiro Vovó Benta como uma instituição viva, que transforma fé em ação, espiritualidade em serviço e alimento em esperança.
É o reconhecimento de que solidariedade também é política pública, e de que a força do povo se multiplica quando guiada por propósito e amor.
“Ser reconhecido é bonito. Mas poder servir é o verdadeiro prêmio.”
🤝 Encontro Inter-religioso: o diálogo que semeia respeito
Na última semana, o Terreiro Vovó Benta esteve presente no Encontro Inter-religioso promovido pelo Colégio Bom Jesus – unidade Cajuru, em uma roda de conversa com os alunos do 9º ano.
Representando a Umbanda, a dirigente Lilian Maria da Silva Dallastra compartilhou com os estudantes a visão espiritual, social e humana que sustenta nossa fé: o amor ao próximo, o respeito à diversidade e o compromisso com o bem.
Durante o encontro, os jovens tiveram a oportunidade de fazer perguntas, tirar dúvidas e conhecer de forma direta e acolhedora os fundamentos da Umbanda — uma religião que une diferentes tradições espirituais em nome da caridade e da evolução moral.
O diálogo foi leve, profundo e repleto de curiosidade genuína, mostrando que a compreensão nasce do encontro, e o respeito, da escuta.
“Falar sobre fé é falar sobre o humano.
E quando o diálogo é aberto, o preconceito se dissolve.”
Iniciativas como essa são fundamentais para o combate à intolerância religiosa.
Ao aproximar diferentes crenças em um ambiente de aprendizado e convivência, o diálogo inter-religioso ensina que todas as expressões de fé merecem respeito — e que cada tradição carrega uma centelha do mesmo divino.
Mais do que apresentar uma religião, esse tipo de encontro forma cidadãos conscientes, empáticos e comprometidos com a paz.
“Quando educamos para o respeito, educamos para a paz.”
O Terreiro Vovó Benta expressa sua profunda gratidão ao Professor Adilson, mediador do encontro, pelo convite renovado pelo segundo ano consecutivo. Que esta parceria continue florescendo e inspirando novos espaços de diálogo, onde a fé seja ponte, nunca muro.
✨ Umbanda é amor, é acolhimento, é diálogo.
Projetos culturais
🧶 Crochêterapia: tecendo afetos, acalmando a mente
Nas tardes de terça e sábado, o Terreiro Vovó Benta se transforma num espaço de cores, risadas e serenidade. Com uma simples agulha e um novelo de barbante, o grupo da Crochêterapia encontra uma forma de acalmar a mente e organizar os sentimentos, transformando fios em abraços e laçadas em afeto.
“Enquanto tecemos pontos, alinhavamos também a alma.”
Entre uma conversa e outra, nascem amizades e projetos — não só de crochê, mas de vida!
Projetos de uma tarde feliz, de um dia mais leve, de um ano mais bonito, de uma vida mais significativa.
Cada ponto é um respiro, um gesto de amor e partilha.
A turma de terça segue firme, desenrolando suas meadas com paciência e tranquilidade. Com a chegada dos novos crocheteiros, a energia se multiplicou — e a produção terapêutica foi intensa e inspiradora!
Já a turma de sábado recebeu a primeira aula especial: um desenho feito à mão pela Mãe Lilian, explicando o crochê circular, o crochê filet e os blocos de sequência, além do ponto mais simbólico de todos — a correntinha, base de toda criação.
A aula começou no canteiro dos Exús, sob as árvores e ao lado da colmeia das abelhas Jataí, no frescor da tarde. Mas quando os mosquitos resolveram participar da atividade, o grupo, sem perder o bom humor, apenas mudou de lugar e seguiu crocheteando em paz.
“Na vida, às vezes o segredo é simples: não lutar contra o incômodo, apenas se mover.”
Como diz o ditado antigo, “não adianta dar murro em ponta de faca.”
Fica o aprendizado — e a risada coletiva — para o próximo encontro: levar repelente! 😄
🧵 Venha participar da nossa Crochêterapia!
Todas as terças e sábados, das 14h às 17h, no Terreiro Vovó Benta.
Traga sua agulha, seu fio e o coração aberto — o resto, a gente tece junto.
“Crochetar é costurar o invisível com linhas de amor.”






















































































































































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